Por conta de estrutura de custos robusta, processos complexos e necessidade de manter ativos de valor financeiro relevante, a lucratividade na indústria acaba sendo um desafio. E cada ponto percentual é importante para alcançar bons resultados e ter um negócio competitivo.
A boa notícia é que mesmo um ambiente de complexidades e muitas fontes de gastos, é possível diminuir despesas e acabar com perdas para ter lucratividade maior, independentemente de elevação de preços ou outra mudança na precificação.
Veja por que diferenciar lucro de lucratividade e cinco medidas para ter melhores porcentagens.
Como calcular a lucratividade na indústria
Primeiramente, precisamos separar os termos lucro e lucratividade. O lucro, nos referindo especificamente ao lucro líquido e excluindo o bruto, é o valor gerado para caixa e contas bancárias após todos os gastos possíveis. Já a lucratividade é esse valor expresso em percentual relacionado ao faturamento total.
Caso a indústria seja tributada pelo Lucro Real, sobre esse lucro líquido calculado ainda podem incidir Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social (CSLL). Logo, nesse caso, é preciso observar se o lucro líquido visualizado já leva em conta essa tributação.
A importância da diferenciação dos termos está no significado deles, pois o lucro indica um valor apenas, enquanto a lucratividade é uma representação de capacidade. Ou seja, a busca precisa ser sempre pela elevação desse percentual, que juntamente ao aumento de faturamento – ou mesmo sem que isso ocorra – amplifica o valor líquido gerado para o negócio.
Como aumentar a lucratividade na indústria
Basicamente, não considerando reajuste de preços como medida primária, focamos na redução de despesas e na otimização de recursos variados para ter margens melhores.
Automatizar processos
Tudo que for possível de ser automatizado na linha de produção deve ser, pois isso dá agilidade à conclusão de tarefas que em geral são repetitivas, rotineiras e exigem muito tempo de trabalho pela alta demanda delas. Então, tirando pessoas dessas atividades eliminam-se riscos associados a elas, como interrupções e outros erros ligados ao fator humano.
Por consequência, pela rapidez e pela continuidade do trabalho automatizado, os processos ganham muito em produtividade. Com isso, a empresa pode buscar por maior abrangência no mercado nacional e até mesmo por oportunidades de exportar, o que é especialmente positivo em época de dólar alto em relação ao real, já que conseguirá entregar grandes volumes requisitados.
Reduzir perdas
As perdas aceleram o ritmo de compra de novos insumos, mas não por causa de mais demanda de vendas, que seria o ideal. Elas apenas geram mais despesas para entrega do mesmo volume – reduzindo diretamente a lucratividade na indústria.
Como os motivos para as perdas podem estar em diversas etapas da cadeia de suprimentos e de processos produtivos, o ideal é analisar ambos os fluxos para identificar suas fontes.
Problemas ligados à logística podem estar na descarga, no armazenamento ou na falta de controle sobre esto que e inventário. Já a linha de produção pode causar perdas por conta de manuseio equivocado de matéria-prima ou falta de ajuste e integração do maquinário para trabalhar os insumos.
Monitorar equipamentos
Interrupções na linha de produção e manutenção corretiva são ocasiões que afetam a produtividade e podem gerar altos custos para efetivação de ajustes, reconfiguração ou troca de peças.
Portanto, a melhor maneira de cuidar desses ativos é estabelecendo e seguindo um calendário de manutenções preventivas e outras ações destinadas à conservação. Aliás, em cada intervenção pode ocorrer uma análise para constatação de ações adicionais necessárias para garantia de vida útil longa e boa adaptação de maquinário aos processos, como reformas para modernização.
Integrar a linha de produção
Uma linha não integrada pode gerar os mesmos prejuízos de processos manuais e de equipamentos obsoletos ou não bem adaptados aos processos produtivos: perdas e baixa produtividade.
Por mais que todas as etapas de produção de determinado produto já sejam automatizadas, elas precisam estar ligadas. Logo, se não é somente uma máquina que realiza todas as fases da linha, integradores como esteiras e outros equipamentos precisam conectar os pontos para evitar os prejuízos da falta de integração.
Definir metas de redução de custos
Diminuição da estrutura de custos é a melhor forma de elevar a porcentagem de lucro sem aumentar preços. Para isso, os responsáveis por diferentes setores, com grande apoio do financeiro, podem levantar as despesas de suas operações e traçarem metas de redução.
É importante que essas metas sejam realistas, não coloquem em risco a qualidade dos produtos acabados e se baseiem em ações que possam ser colocadas em prática.
Por exemplo, o profissional responsável pela logística pode estabelecer a meta de reduzir em 5% a 10% os gastos com fretes em determinado período. As primeiras ações podem ser revisar as tabelas de frete e fazer contratos com os prestadores de serviços para obter melhores condições na contratação dos transportes.
Pesquisar incentivos fiscais
Existem uma série de leis de incentivo fiscal que reduzem os gastos principalmente com IRPJ, IPI e ICMS para vendas de indústrias nos mercados interno e externo. E como a carga tributária é pesada nesse ramo, cortar impostos é uma excelente maneira de elevar a porcentagem de lucro.
Algumas leis concedem incentivos conforme o produto manufaturado e comercializado, enquanto outras se encaixam em projetos específicos, como de expansão ou de investimento em tecnologia. Portanto, as mais diferentes possibilidades devem ser pesquisadas e avaliadas para identificação de quais se aplicam a empresa e dos requisitos para serem aproveitadas.
Alguns gestores procuram formas de elevar a lucratividade na indústria atacando pontos mais visíveis da operação ou que apresentam custos mais altos. Porém, a resposta nem sempre está neles e detalhes ou aspectos intermediários podem ser as fontes de elevação das margens.